Chama-se “lugar comum” toda expressão que, de tanto usada, já ficou batida e, portanto, é sem criatividade e insossa. O mundo da crítica musical, onde por teoria deveria ser diferente, é cheio de lugares comuns. Sendo assim, eu, que sou um apaixonado por música e não um nobel de literatura, resolvi escrever este artigo. Aviso logo que você está prestes a ler vários lugares comuns, para o bem geral da nação, é claro. Bom, é chover no molhado dizer que os Beatles foram a banda mais importante que já existiu. Isso já está mais do que provado. Além disso, temos de dar a César o que é de César e dizer que o álbum Abbey Road é a obra mais importante do Fab Four, apelido dos Beatles. Isso, porque nele estão contidos os melhores ingredientes da banda: seja o romantismo da música “Something”, seja a ironia de “Come Togheter” ou ainda o toque afrodisíaco de “I Want You”; além da bela e maliciosa “You Never Give Me Your Money”. Abbey Road, apesar de ter sido o penúltimo álbum a ser lançado, foi o último a ser gravado. Ou seja, o nascimento do álbum aconteceu bem no olho do furacão que levou um dia Lennon a dizer “the dream is over”. O interessante é que foram as forças negativas (muitas) e positivas (poucas) que colocaram Abbey Road como um marco na história da música mundial. Não importa como você irá ouvi-lo, LP ou MP3, o álbum foi feito para ser ouvido do começo ao fim, sem interrupção. Cada música se encaixa perfeitamente à próxima e, aos poucos, vai construindo uma atmosfera que só os Beatles tinham; num misto de melancolia e energia, regado por letras de duplo sentido, cujo destino não tinha outro senão cutucar pessoas que se colocassem na frente do Fab Four. Outro ponto que aqui não pode faltar é a misteriosa capa de Abbey Road. Dela surgiram milhões de lendas sobre vida e morte dos caras de Liverpool, numa especulação sem pé nem cabeça, mas que fez a cabeça de muitos fãs naquele tempo. Boatos, obviamente. Até porque o sósia de Paul não poderia ser tão bom a ponto de fazer trabalhos solos de ótima qualidade até hoje. Moral da história: para falar dos Beatles não dá para fugir dos lugares comuns. Muito já foi dito e até mesmo inventado sobre a banda. É por isso que, se eu tenho de escolher um lugar comum, escolho o estúdio Abbey Road, na rua homônima mais famosa do mundo. E me dou por feliz e satisfeito.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
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Bguerra, vc está cada vez mais afiado. É delicioso "ouvir" vc escrevendo, pois é essa minha a sensação. Suas palavras tem uma fluidez que fazem do seu texto algo WAAAAAAAY far from the usual place. By the way, congratulations for your birthday (bit delayed, sorry). Bjs. Cymacedo
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