terça-feira, 2 de agosto de 2011

Amy e Adele (Arte e Desastre)

Primeiro de tudo é preciso dizer que esse texto não foi motivado pela morte de Amy Winehouse. Até porque, antes mesmo de declarada sua morte, eu já tinha sido arrebatado pela voz de Adele. E o que Adele tem a ver com Amy? Inicialmente, nada, finalmente, tudo.

Os mais afoitos aqui se apressarão em dizer que todas as duas são cantoras fantásticas; e isso é fato, não temos como negar. Mas se olharmos um pouco mais, veremos que Adele e Amy são duas vítimas do amor. Então, coloque de lado seu coração platônico e vamos falar francamente sobre o impacto do amor na arte dessas duas artistas.

Amy não morreu pelas drogas. Isso, na verdade, foi consequência de algo bem maior. Influenciada pelo namorado – usuário de drogas pesadas – a cantora é vítima de uma relação conturbada e cheia de armadilhas sentimentais.

A arte, como todos sabem, é uma espécie de catalisador de emoções. Uma forma de o artista colocar seus sentimentos em dia com o bate-bate do coração. Afinal, o que seria da música se os sentimentos não fluíssem à medida que as notas musicais flutuam pelo ar? Teríamos uma interpretação vocal estéril, que passaria despercebida aos nossos ouvidos, nunca chegando aos nossos corações. E isso foi tudo o que Amy não fez. Com interpretações que beiram um pedido de ajuda, Winehouse cantou com perfeição o medo, a insegurança e o vício.

Até aqui você já deve estar se perguntando o que Adele tem a ver com tudo isso. Ok, vamos então às músicas dessa outra cantora. Assim como Amy, seus hits são frutos de duas desilusões amorosas, onde cada uma delas resultou em um CD.

O que quero colocar aqui é que tanto Amy quanto Adele interpretam magnificamente as dores e as desilusões que só o amor é capaz de criar. Neste ponto, podemos concluir que a força motriz da arte sempre foi e sempre será o amor, assim como suas complicações e desencontros. Em outras palavras, o sofrimento de amar alguém com toda a nossa força e pequenez é o que faz da arte algo que nos impacta ao longo da história humana.

O que temos no final de tudo é que Amy e Adele usam a música como forma de exorcizar as decepções amorosas. Enquanto Adele manteve sua imagem de boa moça (até agora, pelo menos), Winehouse se entregou a uma vida desregrada cujo final já sabemos.

Arte e desastre sempre andaram de mãos dadas e assim produziram obras inesquecíveis. Seja isso bom ou ruim, o mundo fica menos frio e agradece.