sexta-feira, 15 de maio de 2009

Metallica Versus Radiohead: Muito Além da Boa Música

Existe alguma coisa em comum entre o Metallica e o Radiohead? Por incrível que pareça, sim! Estamos falando de duas bandas respeitadas, com milhões de fãs pelo mundo e que, certamente, contribuíram e continuarão a contribuir muito no cenário musical. Mas as semelhanças param por aí. Quando saímos do campo musical, vemos que as diferenças vão muito além do estilo de cada banda. De um lado temos o Metallica, que desde os idos anos 90 declararam guerra à verdadeira revolução que a Internet está impondo ao mundo musical. Ok, eles venceram o Napster nos tribunais, mas não conseguiram parar a revolução. Já por outro lado temos o Radiohead, uma banda que está aberta a todas as mudanças que a web tem proporcionado. Enquanto o Metallica continua como um soldado feroz a favor do ideal de direitos autorais reservados, o Radiohead ganha divulgação e aumenta sua rede de fãs, literalmente. Se não, vejamos: Tom Yorke e seus companheiros foram pioneiros no esquema “pague-quanto-quiser-pelo-nosso-cd”. Coragem e inovação são duas palavras que estão inerentes a este esquema, que é, antes de qualquer coisa, a favor da universalização da boa música. É claro que esse mesmo modelo não pode ser feito por bandas que não tem a história do Radiohead. Para essas bandas, cabe a solução de vender suas músicas por nada (numa visão tradicionalista e ultrapassada) ou por tudo (numa perspectiva moderna e futurista). Isso porque a Internet é hoje um grande canal onde a música é apenas uma das muitas formas de divulgação da arte. Temos os museus virtuais como prova. A verdade é que mais que vender CDs, o mundo da música mudou muito. Hoje o que vale é fazer música de qualidade, cruzar os dedos para que as pessoas cliquem no seu link dentro do You Tube e, é claro, arranjar outras formas de ganhar dinheiro. E por mais irônico que pareça, a Internet é uma das melhores formas para lucrar – e muito. Afinal de contas, temos a marca mais valiosa do mundo. Não, não é a Coca-Cola, amigos, mas sim a Google. Vai entender. Melhor aproveitar.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Sugestão do Dia: Melancolia

Vai um gole de melancolia aí? Pois é. Se isso fosse possível, bastava pegar o último CD do Radiohead, “In Rainbows”. Em dez músicas os caras da banda conseguem retratar o mundo em que vivemos com perfeição: complexo, disforme e desconexo. É misturando batidas eletrônicas com riffs sujos e simplificados que é formada a atmosfera única e reconhecível do CD. E como as coisas mudam, não? Nenhuma outra banda conseguiu acompanhar as mudanças chapantes e repentinas do nosso dia a dia. Quer uma prova? Ouça o segundo CD, “The Bends”, e depois faça o mesmo com o “In Rainbows”. Não parece, são duas bandas completamente diferentes! E olha que a mudança não aconteceu com vistas ao sucesso fácil e efêmero ao qual estamos acostumados. Muito pelo contrário, as músicas dos caras estão bem menos palatáveis, perfeita para ouvidos exigentes e – por que não dizer? – pacientes. Digo paciente porque é necessário ouvir uma, duas, dez vezes o último trabalho do Radiohead para aprender (a palavra é essa mesma) a gostar. E quando você achar que já entendeu toda a rede intrincada que o “In Rainbows” constrói ou desconstrói – como você preferir –, e pronto! Lá está você encontrando novos elementos, novos significados e sentimentos. A obra do Radiohead é como aqueles quadros que são feitos para durar e que a eles não cabe a indiferença. O negócio é a gente, quem sabe 20 anos depois, lembrar e relembrar. Esquecer, jamais.

In Rainbows

Radiohead